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Teste: Honda CB 500F - Um passo à frente

Teste: Honda CB 500F - Um passo à frente

Honda lança linha CB 500 para atrair novos consumidores para motos de alta cilindrada

por Eduardo Rocha Auto Press

O mercado brasileiro de motocicletas é grande e imaturo. No país ocidental onde mais se vende motocicletas, a esmagadora maioria dos modelos são de baixa cilindrada. Só para dar uma ideia, no Brasil, o volume comercializado é quatro vezes maior que nos Estados Unidos – o segundo maior mercado do Ocidente. Mas se a conta for apenas com modelos de considerados de alta cilindrada – acima de 450 cc –, para cada unidade emplacada aqui, seis são emplacadas lá. Mais que a simples diferença de poder aquisitivo, há uma cultura de utilização de modelos de baixa cilindrada. A Honda vem trabalhando para quebrar esse paradigma – inclusive para ter para onde crescer.
A nova linha CB 500 chega, de fato, para servir de degrau para os atuais usuários da linha de 300 cc, composta por CB e XRE, entrarem nos segmentos superiores do mercado. A primeira a encarar a tarefa é a “naked” CB 500F, que começa a ser distribuída neste mês, logo depois de ter sido apresentada no 12º Salão das Duas Rodas, realizado na capital paulista na segunda semana de outubro. Até o final de 2013, a linha recebe a versão esportiva CBR 500R. E no segundo trimestre de 2014 chega a crossover CB 500X.

 O modelo tem características que podem mesmo seduzir motociclistas de modelos imediatamente menores. A primeira é o porte avantajado, que passa a impressão de ser de uma cilindrada ainda maior. Ao mesmo tempo, o novo modelo é extremamente leve – tem 20 kg a menos que a antiga CB 500, produzida até 2003. Isso facilita a pilotagem e cria uma sensação “familiar” para quem está acostumado com modelos de médio porte.
A configuração do modelo favorece esta familiaridade. O motor é um bicilíndrico de exatos 471 cc, quatro válvulas por cilindro e apenas 50,4 cv a 8.500 rpm – a CBR 600F Hornet, modelo “naked” da Honda imediatamente acima, tem mais que o dobro: 102 cv. O câmbio tem seis marchas e o conjunto suspensivo já é um clássico: garfo telescópico na frente, monochoque na traseira.

É por essa simplicidade que a Honda acredita que seu novo modelo vai ser muito bem-aceito. E cria expectativas bastante otimistas. A marca espera que a gama CB 500 alcance nada menos que 20 mil unidades no próximo, para chegar a 30 mil em 2016. Até lá, a Honda calcula que o segmento de alta cilindrada, que hoje é de 45 mil unidades/ano, bata as 90 mil unidades/ano. E a marca passaria da atual participação de 30% para nada menos que 50% do segmento. A Honda no Brasil dificilmente se contenta com números menos dilatados.

 
Primeiras impressões
Vida fácil
Manaus/AM – Numa velha tradição da Honda, os modelos de quatro cilindros recebiam sempre a letra F, de “four”. Na nova CB 500F, a justificativa do F é outra. Ela vem da palavra “fun”, divertido em inglês, e designa o direcionamento do modelo para o lazer. E é muito bem-aplicado no caso do novo modelo da marca japonesa. A nova CB é tão fácil e leve para pilotar que passa a impressão que se trata de um modelo menor.
Basta torcer o punho, no entanto, para constatar logo o verdadeiro tamanho da moto. Os 50,4 cv e o torque de 4,55 kgfm aparecem em giros relativamente baixos – 8.500 e 7 mil, respectivamente. Por isso a CB 500F está sempre disposta e atenta ao acelerador. A boa faixa de torque, inclusive, torna desnecessário o uso constante do câmbio – que tem suas seis velocidades bem distribuídas e, descaradamente, privilegia o comportamento mais suave e econômico.
A ciclística é a tradicional da Honda. A moto é obediente nos trechos sinuosos, o piloto coloca as rodas exatamente onde quer e não apresenta desequilíbrios em quaisquer situações. A extrema docilidade da CB 500F pode até não agradar o motociclista que procura uma relação mais apimentada, mas vai facilitar a vida de quem vem de modelos menores. Era exatamente isso que a Honda pretendia.
 
Ficha técnica
Honda CB 500F
Motor: A gasolina, quatro tempos, dois cilindros, quatro válvulas por cilindro, 471 cm³, duplo comando no cabeçote e arrefecimento líquido. Injeção eletrônica.
Câmbio: Manual de seis marchas com transmissão por corrente.
Potência máxima: 50,4 cv a 8.500 rpm.
Torque máximo: 4,55 kgfm a 7 mil rpm
Diâmetro e curso: 67,0 mm x 66,8 mm.
Taxa de compressão: 10,7:1.
Suspensão: Dianteira com garfo invertido telescópico com 120 mm de curso e traseira com braço oscilante Pró Link e 119 mm de curso.
Pneus: 120/70 R17 na frente e 190/50 R17 atrás.
Freios: Disco de 320 mm na frente e disco de 240 mm atrás. Não oferece ABS.
Dimensões: 2,07 metros de comprimento total, 0,78 m de largura, 1,41 m de distância entre-eixos e 0,78 m de altura do assento.
Peso seco: 180 kg.
Tanque do combustível: 15,7 litros.
Produção: Manaus, Brasil.
Lançamento: 2013.
Preço: R$ 22 mil e R$ 23.500 com freios ABS.


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